Lá não há abutres
Todos se fartam das carniças
Mas não há abutres
Um delegado
Uma lei
Tudo protegido em um canto qualquer
Sonho de alguns
Pesadelo para outros
Acorda ao amanhecer
Dorme ao se pôr o sol
No abrigo da vidraça
Separa a quilha desgastada
A senhora passa
E ao som da vitrola
Busca em vai e vem
A alegria do poder a toda hora.
Renata Feltrin Stokler
