Lutou ferozmente até ver seu corpo deitado ao chão
Não mais lutou
Estático ficou
Então percebeu que na suavidade dos acontecimentos
Um silêncio sempre surge
Não há o que temer
Apenas a escuridão do próprio ser
Que agora se culpa por ver o próprio corpo
Aquele que lhe serviu de instrumento
Para andar no movimento
Tanto ódio nele perpetuou
Que agora ele acabou
Desgarrado de sua matriz
Pobre homem nem imaginou
Que traria à própria sorte
A dor amarga da morte
De uma parte tão sua
Agora jogada ao chão
Como um boneco de papelão
Renata Feltrin Stokler
