Um tempo que se foi
- Maike Cabral dos Santos
- 8 de ago. de 2017
- 1 min de leitura
Um tempo que se foi...Um tempo que virá.
Queria eu ter a audácia de sonhar. Sonhar com um tempo em que minhas expectativas são atingidas imediatamente, como em um sopro ao vento. Um embalo no colo da mãe, a certeza da derradeira vitória. Um suspiro vago ao estalar de dedos. Olho para frente, olho para trás e não me vejo. Meu sonho não representa o que sou. Cada vez que olho para ele, mudo minha ambição, austera vontade de ser quem sou. Alguém que talvez nem mesmo exista, o sonho... Alguém com quem gostaria de sonhar um sonho eterno, imediato, conciso e metódico. Um olhar naquela direção e a transformação. A metamorfose quase sempre cheia de enganos. Uma loucura implantada em meu âmago, quase imperceptível, alterando a memória de minhas mais profundas convicções. O alterar de tudo que planejei, meu mundo, solto ao vento, com direção quase sempre contrária ao fluxo de meu querer. Uma luz ainda brilha lá, ao longe, perto daquilo que chamo de realidade, tão desejada, aspirada por todo mortal, porém, contrária a toda a construção inata.
Renata Feltrin

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